Parece que todos nós sempre tivemos um smartphone à mão, mas faz apenas 15 anos que o primeiro Iphone foi lançado.
Hoje são centenas de modelos de diversas marcas, com múltiplas funções – inclusive telefone – preços para todos os bolsos. São práticos, intuitivos, automatizam tarefas, apontam caminhos, tornam a comunicação mais rápida e eficiente, mas socialmente nós ainda não aprendemos a lidar corretamente com eles, principalmente as crianças e os adolescentes.
Relacionamentos virtuais instantâneos reduzem a capacidade social e podem causar ansiedade, impulsividade, isolamento dos amigos, agressividade e até depressão. A cultura do comportamento esperado pelo grupo e o risco do “cancelamento” constrange, assombra e inibe, mais ainda entre jovens e adolescentes.
O celular abre uma janela para um mundo sem a proteção dos pais, muitas vezes inadequado e até perigoso, quase sempre povoado por imagens e histórias distorcidas e longe da realidade.
Ainda no aspecto comportamental, as relações familiares também têm sido muito afetadas, mas não apenas por culpa dos jovens e adolescentes. O exemplo dos pais é fundamental na construção da interatividade familiar, evitando dar aquela olhadinha no aparelho durante o almoço em família ou responder aos filhos prestando atenção apenas na telinha e nos likes.
Mas surgem também complicações e problemas físicos.
Além de a inatividade física ser um facilitador da obesidade, há consequências ortopédicas causadas pela má postura, com a projeção do pescoço para a frente e para baixo durante leitura e envio de mensagens, além de algumas menos perceptíveis de imediato, como distúrbios do sono causados pela estimulação cerebral antes de dormir, dificuldades de memória, dores de cabeça frequentes e cada vez mais intensas, entre outras.
Por isso, especialistas indicam atenção ao uso correto e adequado dos celulares, como a ferramenta fantástica que realmente são, mas sem os exageros corriqueiros. Aos adolescentes, indica-se que o uso de celulares seja restrito a um número definido de horas por dia, abrindo espaço para atividades físicas, relacionamento interpessoal, leitura, estudos etc.